Sob a designação de chocalheiros e campainheiros, abriga-se a actividade de construção e fundição de chocalhos e de campainhas. Estas duas actividades encontram-se referenciadas por todo o País, desde a época medieval.
No Sul de Portugal, e embora se possam localizar em diversos outros locais, é na vila das Alcáçovas [Évora.Viana do Alentejo,Alcáçovas] que estas duas actividades, mas fundamentalmente a primeira, tinham um centro produtor importante e reconhecido.
Embora um conjunto de autores situem esta actividade de chocalheiro quer na época medieval quer na época moderna, é só a partir da segunda metade de setecentos que começamos a ter um conjunto de referências documentais precisas, podendo-se já inventariar nomes de chocalheiros activos no Século XIX, mas nascidos por volta de 1760.
Importa referir que, numa primeira abordagem, tudo parece indicar que, a partir de cerca de 1815, sendo juiz de ofício de chocalheiro, António de Carvalho Sim Sim, esta família começa a controlar a actividade, por um lado passando as cartas de examinação e, por outro, construindo um conjunto de alianças matrimoniais, centrando num parco número de famílias esta arte.
Antes do primeiro quartel do Século XX, não surge em Alcáçovas a arte de fundir campainhas (embora dela já tenhamos notícia, por exemplo, em Montemor-0-Novo, em 1699). Esta actividade é aqui introduzida através de um chocalheiro da família Sim Sim, António Carvalho Sim Sim. Esta actividade é aqui designada por esquilaneira, de esquilas e esquilões.
Portanto, para estudar a produção de chocalhos em Alcáçovas na época contemporânea é necessário estudar a família Sim Sim.